Perguntaram se as vezes eu não esquecia quem eu era, então respondi:
O Marcelo não existe…ele é apenas uma construção temporária para que eu possa me movimentar no mundo. Acredito ser ele por ter aprendido a construi-lo e por ter através dele vivenciado as experiências que chamamos de “vida”.
Cheguei aqui sem nome e assim será quando regressar. Desta maneira, o Marcelo é apenas uma história que conto a mim mesmo, a partir de minha limitada interpretação da vida, da existência.
O Marcelo existe porque eu existo e sendo assim, noto que a maior dor é a dor de morrer e renascer a cada dia, de se reerguer, independente do sucesso ou do fracasso do dia anterior, pois nunca estamos prontos, durante a vida estamos condicionados ao “divino confinamento humano” que se resume em aprender.
Aprender significa acolher algo novo e para isso deixamos aos poucos não somente as velhas aprendizagens… Deixamos a nós mesmos, pois aquilo que agora sabemos já não cabe mais na estrutura existencial que nossas crenças tocavam e que de alguma maneira chamávamos de “eu”.
Assim será a vida aqui na terra, uma constante busca por transformar escuridão em luz, sem percebermos que para que a luz seja vista é necessária a escuridão que ela repouse. Assim, uma de nossas maiores aprendizagens é permitir a escuridão fazer parte de nós mesmos, saber que somos uma gota de informação em meio a escuridão e que tudo isso é divino, é maravilhoso.
São nossas certezas que nos entristecem… Nossas dúvidas nos alavancam a aprender acerca daquele que somos.
Viva na luz e acolha a escuridão.
Onde estão as estrelas durante o dia? Estão lá no céu, mas nunca serão vistas sem a escuridão que existe entre elas.